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Vou Contar a História De Gastão E Cristal

Essay by   •  November 3, 2011  •  Case Study  •  3,276 Words (14 Pages)  •  1,973 Views

Essay Preview: Vou Contar a História De Gastão E Cristal

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Vou contar a história de Gastão e Cristal.

Há muito tempo atrás, numa Ilha distante e fria vivia povo numa aldeia, um povo de guerreiros lendários e fortes que lutavam contra uns inimigos que sobrevoavam as suas cabeças e aterrorizavam os comuns mortais - os Dragões.

Hilário era o líder da aldeia e era respeitado por todos por ter morto mais de 300 dragões nos seus 38 anos de idade. Gastão era o filho fracassado de Hilário, um desgosto, pois servia somente para ferreiro, o rapaz até era inteligente, gostava de inventar umas engenhocas para facilitar a vida dos aldeões, mas para Hilário, o filho prodígio tinha de ser como ele - um carrasco exímio e destemido.

Por sua vez, Gastão sentia na pele o desapontamento do pai, que por um lado queria um filho forte em vez da coisa pequenina e franzina que ele era, que fosse capaz de matar dragões com precisão e, por outro não o deixava lutar contra os dragões nos seus ataques, com medo que este morresse.

Mas numa noite de luta, em que os dragões incendiavam as casas, levavam o gado e matavam a sua gente, Gastão escapou e dirigiu-se para a barraca do ferreiro para ir buscar a sua nova invenção, uma arma de longo alcance que podia acertar em alvos a mais de 150 metros de altura, prendendo-os com uma rede gigantesca. Como estava tudo num alvoroço ninguém reparou na sua fuga.

Gastão foi para o cimo de uma colina escura que ficava ao pé da barraca do ferreiro e pôs-se pronto para atirar no dragão mais temido de sempre. Era um dragão da cor da noite, por isso mesmo ninguém o via nem sabia qual era a espécie. Só se sabia que expelia um fogo azul-turquesa que causava explosões incríveis pois era a única coisa que se via. Chamavam-lhe o Terror Invisível. Os livros de estudo sobre como matar dragões apenas referiam a cor do fogo do dragão e as explosões.

De repente Gastão viu um vulto enorme que à medida que ia sobrevoando o céu escuro ia tapando rapidamente as estrelas por onde passava. Então Gastão calculou a trajectória e premiu o gatilho, reparou no manto que ia caindo dos céus deixando novamente o céu estrelado como antes. Gastão tinha percebido que o dragão se tinha despenhado para lá da ilha, mesmo a meio da floresta. Pensou:

- "Bem...como a floresta é pequena não há-de ser difícil dar com a criatura. Agora é que lhes vou mostrar quem é o fracote! Consegui matar um Terror Invisível e eles nunca conseguiram. O meu pai vai ficar tão orgulhoso de mim...finalmente vou deixar de ser a ovelha negra da aldeia HAHAHAHA!".

Mal sabia o Gastão o que o esperava.

Entretanto os dragões já se tinham ido embora, já tinham levado o gado todo que queriam e as pessoas começavam a reparar nos estragos e a tomar medidas para resolver a situação. Gastão correu para casa imensamente feliz para contar ao pai a proeza que tinha feito:

- Pai, Pai, temos de ir imediatamente à floresta! - Informou Gastão, decidido.

- Então porquê? - Questionou Hilário.

- Porque com a arma nova que inventei consegui apanhar um Terror Invisível! Não estás orgulhoso? - Perguntou o Gastão cheio de vaidade.

- Tu nem uma formiga conseguias apanhar, quanto mais um dragão HAHAHA - zombava Hilário - simplesmente não serves para este tipo de coisas rapaz!

- Mas Pai...juro-te que o fiz, podemos apenas ir confirmar! Não custa nada - suplicou o Gastão.

- A conversa acaba por aqui, já chega de disparates!

Gastão, irritado, foi para a cama jurando para si mesmo que no dia seguinte iria encontrar o dragão, matá-lo e levar um pouco da pele do Terror Invisível ao seu pai.

No dia seguinte depois do trabalho, Gastão dirigiu-se à floresta julgando que ia ser mais difícil encontrar o dragão. Afinal o animal estava a uns 25 metros da entrada da floresta, todo amarrado com as redes da invenção de Gastão e parecia estar morto.

Então Gastão tirou o punhal que andava sempre consigo e decidiu que ia matá-lo desferindo um golpe mortal na cabeça, foi-se chegando mais perto do corpo imóvel e parou mesmo atrás da cabeça do dragão, com as duas mãos agarrou no punhal e levantou os braços para que fosse um golpe certeiro mas quando estava preparado para baixá-los, algo o impediu, e ao abrir os olhos reparou que o dragão também tinha aberto os seus. Eram de um azul profundo que contrastava com a cor da sua pele escamada, de um negro reluzente.

Gastão tentou matá-lo novamente mas não conseguiu e não soube bem porque é que depois tomou esta atitude. Chegou ao pé do dragão e cortou as redes que o prendiam. O dragão levantou-se num salto e abriu as asas, olhou para ele e, Gastão percebeu que tinha tanto medo do dragão como ele de si, de seguida levantou voo mas como uma das membranas da cauda estava ferida o dragão rasou no chão e foi cair num vale a 15 metros do local onde Gastão se encontrava. Por impulso Gastão também se dirigiu para lá, ao descer o vale percebeu que o dragão tentava desesperadamente sair do vale mas não conseguia pois estava ferido. Quando o dragão se cansou, foi beber água no lago que se encontrava mesmo a meio do vale e tentou apanhar uns peixes mas as suas tentativas saíram frustradas.

Os dias passaram-se, o rapaz e o dragão estavam cada vez mais unidos, Gastão levava-lhe comida todos os dias - peixe, e o dragão apesar de ainda não deixar que o rapaz se aproximasse muito, aceitava a comida e punha-se frente-a-frente com ele muito satisfeito.

Na aldeia, Hilário e outros aldeões destemidos preparavam-se para fazer uma grande viagem. A ideia de Hilário era tentar encontrar a morada dos dragões pois queria matá-los a todos, um por um, para que nunca mais aterrorizassem a sua aldeia. Assim antes de partir de madrugada deixou um cartão ao filho, Hilário nunca gostara muito de despedidas. Nesse cartão pedia ao filho para se inscrever na escola "Matança" onde os jovens aprendiam a reconhecer todas as espécies de dragões conhecidas bem como os pontos fracos dos mesmos para que fosse mais fácil matá-los. Hilário queria que Gastão se soubesse defender caso houvesse um ataque e eles ainda estivessem em viagem. No fim, disse que o maior orgulho que Gastão lhe poderia dar era ser o melhor da turma quando este chegasse de novo à ilha.

Gastão assim fez. Na escola, os jovens treinavam mesmo com dragões verdadeiros, dragões que tinham sido capturados pelos aldeões. O professor era adepto da prática com exemplares em carne e osso, dizia que era o melhor método de ensino, mas claro, eram usadas espécies pouco perigosas com os

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